Compromisso

Hoje que se comemora os 36 anos da Revolução dos Cravos – a Liberdade do Povo Português venho deixar algo sobre o Compromisso.

 

Não pretendo falar da liberdade que foi alcançada à 36 anos atrás pelos nossos antepassados, quero antes falar da dificuldade que hoje temos em comprometer-nos com alguma coisa…

 

Ontem à tarde numa conversa que tive com uma amiga pelo MSN, além de matar saudades falamos sobre a dificuldade que há em estabelecer compromissos. Fiquei a reflectir sobre o assunto, e dei-me conta que é algo que realmente cada vez mais assusta as pessoas.

Antes de mais quero deixar a definição de Compromisso que encontrei na Winkipédia:

“Compromisso s. m.: é a forma, pública ou não, de voluntariamente se vincular ou assumir uma obrigação com alguém, com algum objecto ou causa. Há diversos tipos de compromissos: compromisso religioso, compromisso amoroso, compromisso de negócio, etc. Ter um compromisso, é marcar uma data, reunião, ter uma ligação, acordo firmado.”

 

Quando falo aqui em compromisso falo nos compromissos que estabelecemos com os outros simplesmente, de amor de amizade de partilha.

Apesar de ainda não ter chegado aos meus trinta anos acho que estou a ficar velha, pois na minha adolescência ainda se pedia namoro às pessoas. As gerações de hoje já não namoram, “curtem”, “andam” ou simplesmente têm “amizades coloridas”. E com o passar da idade há as ditas “relações abertas”.

De uma forma muito simples as pessoas querem ter alguém ao lado delas, mas só de vez em quando, tipo quando eu chego a uma loja e compro uns sapatos novos, não por precisar, mas por capricho simplesmente e levo para casa, no entanto acabam por ficar trancados na caixa. E lá de vez em quando eu me lembro dos benditos e calço-os e mostro a toda a gente.

Há uns meses atrás fui pedida em namoro, espantem-se, é verdade!

Eu também não queria acreditar!

Não cai para o chão, porque estava bem sentada. Mas fiquei sem saber o que responder. Primeiro porque achava que essas coisas já não se faziam, depois porque realmente fui apanhada de surpresa e terceiro porque ainda me ando a recompor do que começou por ser uma “amizade colorida” e acabou como um amor louco e desmedido.

Partilhei este acontecimento com a minha Mãe, uma senhora da década de 40, que apesar dos seus sessenta e muitos anos tem uma mentalidade espectacular e é simplesmente a minha melhor amiga. Querem saber qual a reacção dela?

(Com ar de brincadeira e sorrindo, pergunta em tom de gozo)

“- Mas as pessoas ainda se pedem em namoro? Hoje em dia as pessoas não “andam”, “curtem” ou têm “amizades coloridas”?”

Pois, hoje em dia já ninguém faz estas coisas…

Será que os miúdos ainda escrevem aqueles bilhetinhos “Queres namorar comigo? Sim ___  Não___

Não crio que isso aconteça, eles devem escrever sms e mails de tal forma encriptados, que qualquer adulto com mais de 25 anos não consegue decifrar (pelo menos eu não consigo decifrar nadinha…).

Qual histórias de príncipes e princesas, qual pedido de namoro, quanto mais de noivado ou casamento… esqueçam estas coisas. Pois hoje as pessoas saem, conhecem alguém, curtem e amanhã despedem-se muitas vezes sem sequer dizer bom dia, e se não por algum azar trocaram o número de telemóvel é melhor nem correr o risco de contactar.

Se as coisas se prolongam por mais uns dias, não é sinónimo de compromisso, é apenas sinal que as pessoas se “curtem”, e “tá-se bem” não venham com a história que namoram, porque estão redondamente enganados.

Há que haver liberdade entre os casais.

Tipo: hoje apetece-me estar contigo, sair para jantar, ir para a noite e vamos dormir em casa de quem? Na minha ou na tua?

E lá se vai cumprindo o ritual… mas se por acaso chegamos a casa da outra pessoa e encontramos algum objecto que nos é estranhos, perguntamos:

“- Isto não é meu? Quem esteve aqui?”

Há os hipócritas que inventam uma desculpa e há os sinceros que dizem:

“- Eu sempre te disse que queria uma “relação aberta”, por isso nada de stress.”

Agora pergunto eu?

O que é melhor, ficar na ignorância ou saber?

Pois não sei mesmo… depois de tudo o que já passei não vos sei realmente dizer como reagir a descompromissos.

Às vezes penso que o melhor mesmo é viver simplesmente sem compromissos, para não sofrer desilusões, surpresas ou perdas. No entanto a minha costela romântica apela para a minha crença em compromissos.

Tenho-me deparado com muitos casais que depois de terem um relacionamento de algum tempo e partilharem uma vida, muitas vezes com filhos, decidem que descomprometerem-se é o melhor a fazer. Até ai tudo bem, nada contra, se as pessoas não são felizes uma com a outra devem encontrar a felicidade. No entanto após a separação continuam a sair, tal como dois namorados e dizem que se entendem melhor assim, cada um com a sua vida, cada um com a sua casa, com tudo separado e sem compromissos.

E eu?

Eu sinceramente gostaria de me comprometer, compromisso, esse para a vida com tudo o que tenho direito.

Neste momento o compromisso que tenho é simplesmente ser FELIZ e VIVER!

 

 

 

publicado por Sonhos Trocados às 19:22 | link do post | comentar | ver comentários (6)